quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Estou aqui há uma semana agora... mas parece um mês!

Hoje acordei muito cedo. Ao invés de vir às 8h30min, como combinamos, a faxineira chegou ao apartamento às 7h10min! Desci as escadas, abri a porta para ela, entreguei-a uma sacola com minhas roupas sujas e voltei a me deitar. Ela entrou no quarto atrás de mim, os pés descalços como sempre, e o corpo miúdo entre uma infinidade de sáris vermelhos e laranjas. Agachou-se e, com a rapidez que lhe é característica, limpou o quarto. Saiu, ainda acocorada para o outro ambiente, onde estendemos um varal, e continuou a limpar o chão. Lavou a (pouca) louça suja, limpou o banheiro e começou a lavar a roupa. Cerca de vinte minutos depois de chegar, pediu-me para ir com ela abrir a porta.

Voltei para o quarto, para tentar dormir, e a gritaria habitual do senhorio e seus familiares tomou conta do quarto. Quando estava quase pegando no sono novamente, um sotaque estranho começou a gritar meu nome. Era a esposa do senhorio, que vive sentada na sacada tentando olhar prá dentro do nosso quarto. Ela queria, com seu inglês quase incompreensível, me avisar que eu deveria desligar a bomba d’água que a faxineira havia ligado mais cedo. Muito a contragosto, desci novamente, desliguei e voltei a dormir. Acordei de novo às 11h, hora que a Lua iria para o trabalho e tomei um banho. Já que trabalharia até a noite, não precisei trabalhar pela manhã.

Fui até o campus e almocei uma panqueca de legumes com ovo, quase sem pimenta! É o que chamamos de “safety food”, ou “comida segura” para nós, estrangeiros. Ainda assim, não conseguia olhar para a cozinha, senão, com certeza não comeria ali. Mas, como aqui todos os lugares são parecidos, tive de ignorar. Para explicar a cozinha do restaurante (a céu aberto): é de chão batido, com três homens de regatas brancas muito sujas fritando coisas e cuspindo no chão (mania comum aqui) atrás de um balcão de cimento. Mas prefiro não entrar neste assunto.

À uma e meia da tarde fui até a biblioteca mudar algumas coisas na minha apresentação, que hoje seria às 17h. Fiquei ali até as 16h30min, quando Rahul veio me ajudar a pegar um Rickshaw até o lugar da minha apresentação.

Cheguei sozinha ao lugar da minha apresentação e esperei lá. O professor Mahapatra, responsável pelo meu projeto, não poderia comparecer, o retro-projetor não funcionou, os alunos começaram a inventar desculpas para ir embora e eu só queria sair dali. Como o projetor não funcionou, o professor responsável pela turma pediu que eu contasse algumas coisas sobre o Brasil. Falei um pouco das maravilhas brasileiras (o que eles queriam ouvir) e fui embora dali.

Voltei à biblioteca, onde Lua me esperava, muito chateada e frustrada. Então, Shishir (da Aiesec daqui) veio nos encontrar para nos levar à nova cafeteria do campus e me disse que o professor Mahapatra queria que eu fizesse uma apresentação na faculdade de homeopatia da região! Fiquei animada novamente e fomos tomar um café.

A nova cafeteria é uma franquia chamada “Café Coffee Day” e parece muito limpa. Comi um sanduíche de frango, que parecia ser seguro e tomei um milk-shake de morango (agora tem Milk-shake no campus! É só pensar positivo e as coisas se ajeitam, já diria “Padre” Lauro Trevisan).

Fui com o Felipe até o Hall onde ele mora a fim de pegar uns filmes que ele havia baixado para fazer o tempo passar mais rápido aqui no fim de semana, já que vou estar sozinha, e ele quis me apresentar ao presidente do Hall. Como ele mora em uma “Guest House”, lá vivem homens e mulheres. Conversamos com o presidente e ele disse que havia quartos disponíveis ali e me deu dois formulários para preenchermos e tentarmos uma vaga. Assim, não ficaríamos tão afastadas do campus! Saí correndo para encontrar a Lua na cafeteria de novo e mostrar os formulários. Preenchemos na hora e entregamos ao Shishir para ele pegar a assinatura de um professor e encaminhar os trâmites. Vamos pensar positivo, ok?! Todos nós! Eu quero sair dessa casa logo, porque a água é meio suja e temos que caminhar muito para chegar ao trabalho no campus.

Voltamos para casa empolgadas e otimistas, tomei um banho e fui dormir escutando os Beatles. Amanhã, vou conseguir (finalmente) começar a ir ajudar na ONG que a Lua trabalha, como eu havia comentado em um post anterior.

Tentei dormir cedo para não pensar na comemoração que iria perder e na tristeza que isso me traria. Mas, tudo bem, porque ainda teremos muitos motivos para comemorar quando eu voltar... certo?!

4 comentários:

  1. Vanessa, to achando o maximo teu blog e as tuas experiencias! Me ajuda a passar pelas minhas tb (ja cheguei na Italia e tive alguns probleminhas). Continua firme ai,tu ta indo muito bem!
    Se quiser seguir meu blog,este eh o endereço: http://vafaanapoli.wordpress.com/!
    Beijos!
    Gabi

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  2. Vem pra ca sim... me avisa que eu dou um toque no pessoal aqui e preparamos algo. Da pra fazer festa no terraco do meu predio! \o/

    Tu sabe o nome da trainee? De repente eu conheco... eh do chile?

    bjos

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  3. Esqueci de comentar, pra vcs que tao comendo soh comida "nao-indiana", existe uma rede de pizzarias (fas-food), chamada Domino's, nas principais cidades da India... como aih tem bastante estudantes, com certeza deve ter uma franquia. Eles tem umas pizzas bem boas, comi uma ontem... e tem opcoes nao vegetarianas (a.k.a. frango) tbm! :)

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  4. Tomara que tu consiga trocar de casa logo, então! Estou com saudades :) Beijos

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